Na cabeça de Raul, tudo aquilo era
perfeito, o perigo o excitava também. Viver um amor perigoso. Parecia tudo um
sonho, como nos filmes da Disney que ele assistia. Os dois correndo nas ruas da
independência, perigosamente apaixonados.
Rafael – E meu beijo?
Raul – Teu beijo? Quem deu o beijo fui
eu.
Rafael – Nós demos o beijo.
Raul – Verdade! Você parecia um anjo,
ali jogado nessa grama. Quando cheguei na esquina da praça e te vi, pensei.
Tenho que me jogar em cima dele e beijar.
Rafael – Eu gosto de atitude! E que
beijo bom! Quero repetir...
Sem que Raul tivesse a oportunidade de
responder, Rafael lascou outro beijo. Um beijo ainda mais longo, com mordidas e
lambidas atrás da orelha. Fazendo com que Raul viajasse sobre aquele beijo.
Rafael – Quero dar um apelido para
você. Posso?
Raul – Ahhh! Não gosto de apelidos.
Mas, podes apelidar.
Rafael – Você é o meu ruivinho.
Raul – Ruivinho?
Rafael – Sim! Os teus cabelos estão
vermelhos com o reflexo do sol.
Raul, tinha cabelos loiros e cacheado,
o que provocava um contraste muito lindo. Já que sua pele era morena. Sobre a
luz do sol, os cachos loiros transformavam-se em cachos ruivos. Os seus olhos
eram castanhos iguais os de Rafael e sua estatura era mediana.
Rafael – Ruivinho! Vamos ter que ir. Já
são quase 20:00 horas da noite.
Raul – As horas voaram. E a cerveja?
Rafael – Se você quiser posso ir na sua
casa amanhã.
Raul – Que horas?
Rafael – Posso matar aula e ir para sua
casa.
Raul – Isso não vai lhe causar
problemas?
Rafael – Não! Estamos no início das
aulas e o Fábio segura as pontas para mim.
Raul – Blz! As 08:00 horas da manhã?
Rafael – Pode ser as 07:30. Daí passo a
manhã inteira com você.
Raul – Perfeito!
Os dois deitados sobre a grama
observavam o sol indo embora, trocando caricias e abraços longos. Os dois
olharam-se e beijaram-se pela última vez. Rafael deitado sobre o peito de Raul
o abraçava muito forte e dizia...
Rafael – Que coisa boa. Como é bom
ficar assim com você. Que sensação boa...
Raul apenas sorria com as caricias de
Rafael, que naquele momento fez uma declaração inesperada para um primeiro
encontro.
Rafael – Cara. Esquece o que eu te
disse, eu acho que mudei de ideia.
Raul – Esquecer o que? Do que estas
falando?
Rafael – Esquece aquilo de que eu quero
curtir a vida, que não queria...
Raul – Que não queria o que? Fale
Rafael – Que não quero namorar! Eu
quero namorar com você!
Raul – Namorar? Mas nem nos conhecemos
direito.
Rafael – Eu sei que não nos conhecemos,
mas é tão bom ficar assim deitado sentindo a tua barba, sentindo teu peito. Eu
quero isso para sempre!
Raul – Meu anjo! Vai ser para sempre.
Estou perigosamente apaixonado...
Rafael – Estamos perigosamente
apaixonados.
Os dois levantaram-se para ir embora. Raul, levou Rafael até o ponto de
ônibus chamado de “Triangulo”. Sem que os dois pudessem trocar nenhum tipo de
abraço, beijos, caricias ou qual quer demonstração de carinho. O medo que Raul
tinha era muito maior do que o de Rafael. Existia um grande perigo que Raul
corria, relacionando-se com Rafael. A idade, afinal Raul tinha 19 anos e Rafael
17, o que poderia caracterizar-se como crime. Mas, ele tentava tirar estes
pensamentos da sua mente, a sensação de correr Perigo era muito maior.
Ao chegar em casa, Raul sentou no sofá e começou a lembrar de cada
segundo vivido ao lado de Rafael. Lembrou das loucuras, dos sorrisos, dos
beijos, do olhar perigoso e atraente e principalmente do cheiro. Um cheiro
amadeirado e forte. Poder viver tudo o que mais sonhará fez com que ele não
segurasse as lagrimas. Eram lágrimas de felicidade.
Pensando em tudo o que estava vivendo, Raul viu o seu celular apitar.
Era uma mensagem de Rafael, que diziam as seguintes palavras...
“Estou no ônibus e não consigo parar de lembrar da sensação de estar ao
seu lado, do teu cheiro e da sensação de tocar a tua barba”
Juntamente com a mensagem, Rafael encaminhou uma foto sorrindo. Raul,
chorava ainda mais. Era uma emoção tão grande, no fundo do seu coração ele sabia
que estava nascendo um sentimento verdadeiro. Sentimento puro mais ao mesmo
tempo tão pecaminoso, tão descriminado pela sociedade. Como seria enfrentar um
amor com alguém que escondia seu verdadeiro eu. Ele gostaria de poder gritar
paro o mundo inteiro que tinha acabado de conhecer seu grande amor.
Continua...
Uma História escrita por: Ruan Carlos Sansone
"Esta é uma obra baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade"